Abaixo, segue um trecho do meu livro!
Confira e baixe o seu! Gostou? Comente no Kobobooks e na Fan page do Facebook ou aqui mesmo! :-)
Curta-metragem profissa inspirado no game Portal.
Despertar – disquete 1 de 2
Chell voava
e não tinha asas. O vento em sua queda acariciava sua face, balançava seu
cabelo e sentia um friozinho nas canelas, descobertas pelo uniforme. Não
imaginava que a esta altura e velocidade sentisse cócegas com o ar roçando sua
nuca e seus dedos. Lembrou do pai e da tia com ternura.
Resgatou em
um lampejo na memória o quanto sua família lutava. O quanto se provavam para
viver e prover.
Esta era a
provação de Sheila.
A 20 metros
do chão, já devia ter despencado uns tantos 50 metros após mergulhar de uma
plataforma de concreto no alto de uma enorme câmara de paredes cinzas.
Carregava nas mãos um equipamento que se assemelhava a uma arma. Parte
metálica, parte plástico, parte eletrônica, toda ela arredondada nas cores
brancas e cinza, com o logo da Departure Science no lado direito.
(...) jaziam no chão para não mais levantar.
Com ela,
Sheila mudava a realidade que conhecia há pouco. Criava portas. Portais.
Mirou para
o chão, na porção onde pousaria. Apertou o gatilho com a mão direita, pondo
mais pressão no dedo indicador. Um zunido particular foi acompanhado do disparo
de um raio laranja que, ao chegar ao piso, criou uma abertura em elipse com
contorno alaranjado.
Como se
fosse um alçapão mágico, via-se naquela passagem no solo um corredor longo e metálico
com água lodosa pouco abaixo, aparentemente repousando na vertical e desafiando
a gravidade. Ao fim, pouco depois daquele corpo d’água, estava a saída daquele
desafio imposto pela treinadora, pois era o que cada câmara era: um problema
que demandava uma solução.
O que se
via através do portal laranja não era uma passagem subterrânea. O caminho dava em
outro portal na câmara da Sala de Teste 21. O portal laranja era um atalho.
Com uma
velocidade muito acelerada despencando na vertical, Sheila atravessou o portal
laranja, e foi arremessada na horizontal saindo de outra elipse, esta azul.
Paredes metálicas a envolviam como uma câmara sufocante. Abaixo, a água outrora
inofensiva representava a morte a um portador da arma de portais.
Sheila não
mais tinha medo. Ela tinha a certeza de que superaria. Ela sabia, tão certo
quanto sua família lutara por ela, que daria o sangue que fosse necessário e
derramaria o sangue que precisasse. Sobreviveria a tudo que a instrutora lhe
propusesse.
A lógica
sempre lhe foi grande companheira. Se de certa forma a existência de tal
equipamento subvertia os espaços e a própria física, por outro ele reforçava os
mesmos conceitos, mas por outra perspectiva.
Um corpo há
de se acelerar enquanto cai. (...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário